Assistentes virtuais: a era do comando de voz

Até 2024, mais de 8,4 bilhões de dispositivos serão dotados com essa tecnologia, um aumento de 113% sobre os 4,2 bilhões do ano passado

Em todo o mundo, o consumidor experimenta uma interação cada vez maior com assistentes virtuais. Até 2024, mais de 8,4 bilhões de dispositivos serão dotados com a tecnologia — aumento de 113% sobre os 4,2 bilhões registrados no ano passado. Os dados são do levantamento “Mercado de assistentes de voz: estratégias dos players, monetização e tamanho do mercado 2020-2024”, da Juniper Research.

A popularização dos assistentes virtuais veio com a Siri, a assistente virtual inteligente da Apple, lançada em outubro de 2011 em conjunto com o iPhone 4S. Há cinco anos, a empresa lançou também o Homepod, alto-falante integrado a diferentes serviços como Apple Music.

O Google finalmente disponibilizou para o público brasileiro uma nova opção de voz masculina para a tradicional fala feminina do Google Assistente. Disponível em inglês desde 2017, a nova configuração usa a tecnologia WaveNe, que cria ondas sonoras para gerar falas mais realistas com entonações parecidas com as de um ser humano.

Mas nenhuma assistente virtual conquistou tanto o coração do consumidor mundo afora como a Alexa, da Amazon, que chegou ao mercado em 2019. Quem tem um aparelho em casa pode pedir músicas ou fazer pesquisas, por exemplo. A Alexa completou dois anos de Brasil, onde há cerca de 650 dispositivos ou modelos com a assistente virtual embutida, num total que supera um milhão de contas no país. Com tantas funcionalidades, a assistente virtual abriu o apetite dos empreendedores.

No mercado segurador, a novidade chegou pela Guru de Seguros. Aplicação de inteligência artificial baseada na Alexa e criada para esclarecer questões de seguros, fidelizar clientes e viabilizar troca de informações, foi lançada pela Sistran Informática, em parceria de conteúdo com a Escola de Negócios e Seguros (ENS).

O desenvolvimento da nova aplicação (skill) durou cerca de um ano e meio, envolvendo equipe multifuncional nas áreas de pesquisa, TI, conteúdo e marketing. Marcio Paes, CEO da Sistran, diz que a previsão é alcançar dez mil profissionais e mais de cem mil usuários cadastrados, além de milhares de acessos mensais no primeiro ano de funcionamento (a aplicação não tem custo). O projeto envolve investimentos de cerca de R$ 5,5 milhões, com expectativa de gerar receita maior que R$ 15 milhões até o fim de 2023.

Segundo Paes, a Guru de Seguros é o primeiro assistente virtual conversacional, que usa exclusivamente voz em linguagem natural. Com funcionalidades que atendem os diversos públicos desse mercado, ela permite interações de negócios entre as partes. Outra vantagem é que todo o processo de comunicação dispensa a necessidade de digitação.

— As aplicações são muito relevantes e se distribuem por diversas jornadas — destaca Marcio Paes.

O uso é bastante simples, e o serviço estará disponível em telefones celulares, smart TVs, computadores e tablets, além de automóveis com essa tecnologia embarcada.

Realidade Aumentada

O Fiat Pulse é o primeiro SUV desenvolvido e produzido pela montadora no Brasil que pode se “materializar” na garagem da casa por meio da tecnologia de realidade aumentada. O cliente pode interagir com o Pulse pelo assistente virtual do WhatsApp. Basta clicar no botão “Ver Carro” e apontar a câmera do celular para o espaço físico no qual gostaria de ver o veículo estacionado e pronto.

Com uma experiência interativa, o usuário também encontra conteúdo personalizado, informações sobre todas as versões e preços do modelo. Além de todos os detalhes sobre o Pulse, como fotos, vídeos e até figurinhas.

Além disso, o assistente virtual da marca mostra em quais atributos o usuário e o veículo se conectam. São cinco perguntas que falam sobre design, preferências e necessidades em um carro para entender o perfil do interessado. Com as respostas, o consumidor tem acesso às informações do que considera mais importante em seu novo veículo para avaliar a compra.

— A jornada do consumidor é um fator decisivo para a compra, por isso, apostamos na interatividade. O Fiat Pulse é um carro que já nasceu com esse propósito, até seu nome foi escolhido pelo público. E o WhatsApp é um recurso superinterativo — afirma Alessandra Souza, Head of Experience & Digital Latam da Stellantis (grupo que reúne Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën).

USO CRESCEU NA PANDEMIA

No Brasil, o uso de comandos de voz cresceu 47% durante a pandemia, segundo a consultoria Ilumeo. Mais da metade dos entrevistados (54%) percebe maior valor agregado em produtos e serviços que incorporam essa tecnologia; 48% utilizam comandos de voz pelo menos uma vez por semana; e outros 20%, diariamente. A pesquisa que ouviu 1,1 mil pessoas mostra que 66% gostariam de usar mais dispositivos com assistentes virtuais a curto prazo.

Fonte: Jornal O Globo

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