Evento marcou lançamento de estudo sobre mulheres no setor

Os autores da pesquisa, a diretora de Ensino Técnico da ENS, Maria Helena Monteiro, e o economista e consultor Francisco Galiza. Foto: ENS

Na última terça-feira, 27 de setembro, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) promoveu, em sua Unidade em São Paulo (SP), evento presencial para lançamento do 4º Estudo Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil.

O encontro foi conduzido pelos autores da pesquisa, a diretora de Ensino Técnico da ENS, Maria Helena Monteiro, e o economista e consultor Francisco Galiza, que apresentaram os principais dados da nova atualização. Houve ainda debate com a participação da presidente da Comissão de Recursos Humanos da CNseg e vice-presidente da SulAmérica, Patrícia Coimbra; da CEO da Liberty Seguros, Patrícia Chacon; do chief Human Resources Officer e diretor executivo da AXA Seguros no Brasil, Alexandre Campos; e da vice-presidente do Sincor-SP, Simone Fávaro, que interagiu remotamente.

O novo recorte do estudo mostra que as mulheres continuam sendo maioria no mercado de seguros, representando 54% dos cargos do setor. Apesar disso, os homens ainda ocupam o dobro das posições de gestão: para cada dois executivos homens, há uma mulher. “Porém, quando começamos o estudo, há 10 anos, este número era de 4 para 1. Então, diria que essa é a melhor notícia”, explicou Maria Helena Monteiro.

O trabalho apontou que, no cargo de coordenador, os números são iguais entre os dois gêneros, e, na posição de gerente, a igualdade está próxima. “Isso quer dizer que as mulheres estão chegando lá. Acredito que é uma questão de tempo para mudarmos isso. Houve uma melhora expressiva em termos de inclusão e diversidade da mulher em seguros. As coisas estão melhorando bastante, mas ainda há um longo caminho a percorrer”, ressaltou Maria Helena.

Diversidade e rentabilidade

Francisco Galiza também destacou uma melhora expressiva na participação das mulheres em cargos executivos e afirmou que há motivos para comemorar. “O que o mercado de seguros evoluiu nos últimos 10 anos é um case para outros setores da economia”.

Segundo o economista, esta edição da pesquisa contou com a participação de 400 executivas na avaliação qualitativa, contra apenas 70 em 2012, ano da primeira edição do estudo. “Nesta etapa, colhemos sugestões, comentários e análises sobre o que o mercado de seguros deve e pode fazer. É um material muito rico, que as empresas devem ler com atenção”, recomendou.

As sugestões para as empresas incluem temas como flexibilização de horários, metas para promoção das mulheres com vistas a chegar a 50/50, educação corporativa contra o preconceito, divulgação do percentual de mulheres que participam das empresas, entre outros aspectos.

Galiza ressaltou ainda a importância da diversidade nas corporações. “Estruturas mais diversas são mais lucrativas. Além de ser um pilar civilizatório, a diversidade é também um pilar de rentabilidade para as empresas”.

Hiato de confiança

De acordo com Maria Helena, 16 seguradoras participaram da pesquisa, o que representa um universo de 20 mil funcionários. Neste cenário, 54,4% dos funcionários das seguradoras são mulheres, entretanto, em nível de Diretoria, 69% são homens e 31% mulheres.

Quanto à remuneração, o estudo identificou que as mulheres ainda recebem cerca de 70% do salário masculino. Segundo a diretora, as mulheres são mais cautelosas quando se candidatam aos empregos, além de mais modestas. Também se destaca o fato de as mulheres se posicionarem menos em reuniões predominantemente masculinas e de serem mais relutantes em pedir aumento de salário.

“Há um hiato de confiança, porque as mulheres não agem como os homens. Eles ficam muito mais à vontade para enaltecer o próprio trabalho. Homens ousam mais na carreira porque não contam com o peso da culpa pelos fracassos”, pontuou Maria Helena.

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