Estado tem 23,4 mil avisos de sinistro, envolvendo imóveis, automóveis, propriedades agrícolas, entre outros. Temporais e cheias deixaram 163 mortos no Rio Grande do Sul.
Os danos provocados pelas cheias, que já deixaram 163 mortos e 2,3 milhões de pessoas afetadas no Rio Grande do Sul, impactaram também o mercado de seguros. O setor registra R$ 1,673 bilhão de indenizações que serão pagas a clientes do estado, segundo a Confederação Nacional das Seguradoras (CNSeg).
A entidade soma 23,4 mil avisos de sinistro. A maioria é de seguros residenciais, com quase 11,4 mil imóveis com avarias. Além disso, 8,2 mil veículos sofreram danos, conforme as seguradoras. Para o setor, o número ainda pode aumentar.
“A maioria das solicitações de indenizações ainda não foi reportada pelos clientes às seguradoras. Os clientes residenciais, de automóveis, de propriedades agrícolas ou corporativas ainda estão contabilizando suas perdas e não acionaram suas seguradoras”, diz o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira.
Seguros: pedidos de indenização no RS
PRODUTO | Automóveis | Residencial/habitacional | Agrícola | Grandes riscos (corporativos) | Outros |
QUANTIDADE | 8.216 | 11.396 | 993 | 386 | 2.450 |
VALOR (R$) | 557,4 milhões | 239,1 milhões | 47,2 milhões | 507 milhões | 322,1 milhões |
Fonte: CNSeg
O que fazer?
A orientação para quem perdeu algum bem é que verifique nas apólices de seguro quais as cobeturas foram contratadas. Se os contratos incluem coberturas adicionais, como vendavais, alagamentos e desmoronamentos, as companhias têm um prazo legal de 30 dias para o pagamento das indenizações, com excessão dos bens financiados.
“A ideia é que as seguradoras, nesse momento, elas flexibilizem a sua forma de atuação. Mas, obviamente, não é algo que é cogente, não é algo que é obrigatório, salvo no caso do seguro habitacional”, explica Júlia Normande Lins, diretora-técnica de Mercado e Supervisão de Conduta da Superintendência de Seguros Privados (Susep).
O seguro habitacional cobre o pagamento das parcelas de dívida do segurado correspondente ao saldo devedor. Inclui financiamento para aquisição, reforma ou construção de imóvel, ou a reposição do imóvel financiado.
O seguro rural pode garantir a atividade agrícola e pecuária, o patrimônio do produtor rural, seus produtos, o crédito para comercialização desses produtos, além do seguro de vida dos produtores.
O seguro de transportes garante uma indenização pelos prejuízos causados aos bens durante o transporte em viagens por água, terra e ar. Costumam cobrir sinistros causados por fenômenos da natureza.
No RS, os seguros residenciais e empresariais contemplam a cobertura básica, em caso de incêndio, explosão, raio e queda de aeronaves. Enchentes e alagamentos são coberturas adicionais, que podem ser contratadas pelos segurados.
“Aquelas apólices que não dispõem dessa cobertura adicional, a qual vem discriminada na apólice, não terão cobertura nessas situações”, diz a corretora Aline Boff.
No caso dos veículos, a maior parte dos seguros é de ampla cobertura, ou seja, incluem danos em eventos da natureza, como as enchentes. Algumas seguradoras estão dispensando as perícias de veículos.
“Muitas companhias estão flexibilizando as indenizações, buscando fazer uma recolha emergencial desses veículos sinistrados ou até mesmo já procedendo com a indenização através de fotos”, comenta Aline.
Automóveis que estavam em estacionamentos privados são de responsabilidade do local, que deve proceder com a indenização. Caso ocorra demora, o segurado pode proceder com o pedido através de sua apólice de seguro.
Fonte: G1, por Maria Eduarda Ely