“A contribuição coletiva ajuda a construir projetos mais eficazes”

Por que apenas 33,6% das empresas brasileiras são inovadoras e adotam práticas disruptivas? O que impede as demais corporações de adotarem essas ideias? Para Augusto Aielo, CEO da Voe Sem Asas, primeira aceleradora de intraempreendedorismo da América Latina, os dados acima, revelados, em 2020, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são reflexo de empresas que operam com insegurança, incerteza e indecisão. 

Augusto Aielo participou da live “Inovação para Inovar”, transmitida pela Escola de Negócios e Seguros (ENS) na última quarta-feira, 14 de setembro, para os alunos do MBA Gestão Estratégica de Seguros. No encontro, Aielo contou que, durante a construção de sua trajetória profissional – de Jovem Aprendiz a Forbes Under 30 –, acumulou experiências diversas. 

“Comecei trabalhando como Jovem Aprendiz em São Paulo. Na capital, participei de um prêmio chamado Empreenda Senac, e vencê-lo foi um divisor de águas, pois abri meu primeiro negócio. Um ano depois quebrei e essa foi uma das piores experiências da minha vida. Mas percebi que empreender era uma das maiores realizações que já tinha feito, então, vendi meu carro, juntei capital e investi no meu segundo empreendimento. Com a ‘Sou Urbanismo’, lancei os parklets da capital”, lembrou. 

A ideia rendeu bastante notoriedade e o executivo passou a palestrar pelo Brasil, se tornando mentor de vários programas de aceleração de startups. “Vendo essa rede gigante, percebi que faltava um programa que ajudasse ideias iniciais, ou seja, bons projetos com bons times, mas que não sabiam como fazer o negócio virar realidade. Daí nasceu a ‘Voe Sem Asas’, que é meu segundo grande negócio”. 

Como causar? Como inovar? 

Essas eram perguntas recorrentes após as apresentações iniciais e, para instigar os alunos, Aielo apresentou cases inovadores que deram certo.

“Como viver nos dias atuais sem o Google? Vejam a transformação que a Amazon proporcionou às pessoas. Olhem para a Apple, Steve Jobs revolucionou nosso estilo de vida, assim como as redes sociais. Vejam o poder que essas ferramentas possuem. É muito complexo como todas essas ideias fazem a diferença na vida das pessoas”. 

O executivo reforçou que um empreendimento de sucesso tem que levar em conta as tendências de mercado e as dores das pessoas. “Inovação e empreendedorismo caminham juntos e geram resultados. Olhem para a Uber, ela é um serviço do feitio de todos e surgiu da dor do próprio criador, uma vez que ele precisava de um táxi e não conseguia”. 

Tomando decisões assertivas 

Na opinião do CEO, essa é a segunda etapa do processo de empreender e inovar. “Antes de tomar qualquer decisão, precisamos responder à pergunta ‘faz sentido?’”. 

Aielo disse ainda que as pessoas vivem em uma espécie de “piloto automático”, e isso acontece por conta da “teoria do mais ou menos”. “Eu acredito nessa teoria porque as pessoas não vivem o hoje ou o agora. Elas não fazem as atividades do dia a dia porque vivem um tempo que ainda não chegou, estão vivendo as incertezas do futuro. Vai fazer um curso novo? Primeira pergunta, faz sentido? Fez todas as análises? São elas que vão definir como a gente vai causar, o como vamos inovar e fazer diferente”. 

Contribuição coletiva 

No final da live, o executivo deu dicas para uma carreira exitosa e para o desenvolvimento de bons projetos. “Antes de mais nada, sua ideia deve estar bem estruturada. Minha dica é enxergar a dor e a necessidade de cada cliente. Paralelo a isso temos que entender de mercado e perceber que o open innovation é uma das possibilidades de conseguir melhores resultados. Convidar outros players, stakeholders, consultores, outras mentes que vão pensar na solução do problema junto com você é uma economia de tempo e a segurança que você vai ganhar muito”, concluiu. 

Artigos Relacionados