“A utilização da tecnologia é inexorável e não há como frear o seu avanço”

“A utilização da tecnologia é inexorável e não há como frear o seu avanço. Pelo contrário. É preciso entender esse movimento e aproveitar ao máximo o que a tecnologia pode nos proporcionar”. A afirmação foi feita pelo presidente da Fenacor, Armando Vergilio, no café da manhã promovido pela Federação, junto com a CNseg, nesta terça-feira, 26 de setembro, durante a Fides Rio 2023, no painel que teve como tema central “Mecanismos de Distribuição de Seguros no Brasil e na América Latina”.  

Virgilio ressaltou, contudo, que esses avanços nunca terão o condão de afastar os corretores de seguros. “Esses profissionais possuem a perspicácia e a tenacidade de enfrentar os desafios e os obstáculos com muita perseverança, resiliência e, sobretudo, humanidade”, acrescentou.  

Para o presidente da Fenacor, as inovações tecnológicas se impõem de forma rápida e em um movimento intenso, e a regulação deve garantir a sua sustentabilidade e a sua solvência, permitindo, nesse aspecto, “a introdução de novidades tecnológicas que acompanhem o movimento econômico e produtivo, refletindo, inclusive, no aumento da poupança interna”. 

Na visão de Armando Vergilio, é importante sair da zona de conforto e apostar no caminho sem volta que é o da inovação. “Não se trata somente de uma mudança de paradigma. Mas, também, de mentalidade, especialmente nesse momento em que a economia dá sinais claros de recuperação”, pontuou. 

O executivo afirmou ainda que o Governo precisa encarar o setor de seguros na medida de sua importância para a sociedade, pois garante soluções, tranquilidade, poupança interna de longo prazo e, sobretudo, segurança aos consumidores. 

Imersão internacional 

O presidente da Escola de Negócios e Seguros (ENS), Lucas Vergilio, também participou do café da manhã e defendeu a união entre os agentes do mercado de seguros, por meio de uma analogia entre o jogo de tênis e o frescobol.

“Enquanto o tênis é competitivo, com um jogador querendo derrotar o outro, no frescobol não há esse sentimento de competir, e um jogador facilita a jogada para o outro. Por isso, posso garantir que a ENS está aqui para servir todo o mercado”. 

O executivo falou ainda sobre a importância da qualificação profissional que englobe outros países, como o Programa de Imersão Internacional – Risk Management and Insurance Innovation, que foi promovido pela Escola em setembro.  

Participante desta edição do curso, que aconteceu em Londres, na Inglaterra, Lucas Vergilio relatou que durante o treinamento percebeu que quando utilizada para a subscrição de riscos, a Inteligência Artificial traz melhores resultados para o setor. O executivo citou ainda as incubadoras que estão se destacando na capital inglesa e que geram projetos importantes. 

Momento brilhante  

Já o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, ressaltou que o setor segurador vive um excelente momento, mas reforçou que os profissionais devem se adaptar às transformações tecnológicas. O executivo destacou ainda a necessidade dos profissionais participarem do processo de transformação digital e a importância de melhora a comunicação na indústria de seguros. 

Dyogo ressaltou que o momento brilhante no mercado segurador pode ser evidenciado pelos mais de 355 bilhões arrecadados pelo setor em 2022, representando um crescimento de 16% em relação ao ano anterior.  

Para ele, as transformações tecnológicas trarão impactos muito maiores do que podemos imaginar. “Precisamos nos preparar para enfrentar todas essas mudanças, mas temos um setor segurador forte, com grande capacidade de adaptação”, declarou Dyogo. 

Em relação à comunicação com a sociedade, a mensagem é a de que “precisamos abandonar o segurês”. “Em uma sociedade em que 67% dos brasileiros ganham menos de 2 salários-mínimos por mês, precisamos de uma comunicação que fale claramente para essas pessoas, fugindo dos termos técnicos e das traduções nem sempre coerentes de expressões de outras línguas”. 

Papel dos corretores na Argentina 

Também no café da manhã, o presidente da Associação Argentina de Produtores de Seguros (AAPS), Sebastián Del Bruto, discorreu sobre a situação dos corretores no país irmão, cujo número de profissionais cresceu 10% no último ano. 

Segundo ele, a crise financeira que o país enfrenta mina a confiança dos consumidores no setor financeiro em geral, sendo uma grande barreira para o desenvolvimento do seguro. 

Outro problema enfrentado pelos corretores argentinos é a concorrência com o sistema bancário na venda dos seguros. “Muitas vezes o atendimento feito pelos bancos na hora dos sinistros não é feito com o mesmo empenho empregado pelos corretores, contribuindo, também, para a redução da confiança dos consumidores”, declarou.

*Com informações da CNseg e da Fenacor 

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