Nas últimas semanas, a ENS promoveu mais duas lives do Circuito de Empreendedorismo Insurtech, nos dias 28 de outubro e 4 de novembro, transmitidas ao vivo pelo canal da Instituição no YouTube.
No encontro do dia 28 de outubro, o gerente regional São Paulo da ENS, Ronny Martins, recebeu o convidado Mauricio Martinez, gerente de P&D Digital da Porto Seguro e criador da Oxigênio Aceleradora, programa de aceleração exclusivo da seguradora.
Martinez contou como surgiu a ideia da Oxigênio, que já trabalhou com a aceleração de 61 startups e 75 projetos. “Tive a ideia de provocar a empresa. Para sermos mais rápidos, só se formatássemos algumas células, como uma startup. Normalmente, uma startup com três pessoas consegue desenvolver um produto disruptivo em muito pouco tempo, pois não se preocupam em fazer o produto perfeito e entregar da forma mais perfeita possível. A startup funciona no conceito de ‘faz rápido, quebra rápido e arruma rápido’. E funciona”.
A partir da ideia, a Porto Seguro criou um modelo de aceleradora de startups que foi rapidamente aprovado e desenvolvido. “Em 72 dias, criamos um espaço físico do zero e transformamos na primeira versão da Oxigênio. A Porto tem no DNA um espírito de tomar riscos de uma forma muito bem pensada e executar rapidamente. Foi quando vi que a Porto não está de brincadeira para esse tipo de questão”, afirmou.
Como empreender
Segundo o executivo, o primeiro passo para empreender é se cercar de pessoas competentes, com capacidade de executar as ideias que estão sendo geradas. “Sozinho, é muito difícil. Diria que quase impossível. É preciso ter os sócios próximos, com especialidades de cada um muito claras. Não vi nenhuma startup prosperar com um só empreendedor. É muito difícil e demandante”.
Sucesso no Seguro Saúde
Ele ressaltou ainda que há muitas ideias geniais, mas a dificuldade é executar. “Por isso, startup é aquela que já tem um modelo de negócio, já tem uma solução rodando. Porque para chegar em uma solução implementada, com faturamento, ela já está em outro nível. É aquele que já criou uma casquinha de resistência, já sabe como funcionam as coisas. Esse é o nível para entrar em uma aceleradora. Daí para baixo, talvez o empreendedor precise de uma incubadora, que é quem ajuda a criar uma solução”.
Sozinho, é muito difícil. Diria que quase impossível. É preciso ter os sócios próximos, com especialidades de cada um muito claras. Não vi nenhuma startup prosperar com um só empreendedor. É muito difícil e demandante”
A outra live, realizada na última quinta-feira, 4 de novembro, contou com a presença da CEO da Pipo Saúde, Manoela Mitchell, que conversou com o docente da ENS, Samy Hazan, sobre o processo de criação da empresa.
Segundo a executiva, a ideia do empreendimento surgiu quando ela notou que havia pouco investimento na área de Saúde. Dessa forma, iniciou a startup com a ideia de reduzir a burocracia e facilitar processos, atuando com revisão de dados médicos junto às operadoras. “Quando começamos a Pipo, há dois anos e meio, a pauta da Inovação não estava tão em alta e, nos oito últimos meses, vimos uma digitalização do setor que não tínhamos visto nos últimos 10 anos. Não éramos corretores e nem atuávamos no mercado de seguros, e quando montamos a empresa, muitos diziam que éramos loucos por tentar trazer tecnologia para o mercado de corretagem. Ouvíamos muito que relacionamento é o que ganha contas”.
Atualmente, o desejo de Manoela é que a Pipo seja vista cada vez mais como uma gestora de Saúde, melhorando a experiência no segmento e reduzindo sinistros. “Queremos que as empresas que nos contratem enxerguem a Pipo como proposta de valor, que vejam uma experiência de comprar e gerir seguros. Não queremos ser vistos como a corretora de seguros, porque tem muito espaço para corretoras distribuírem o produto da Pipo. Vemos isso como uma grande alavanca para os próximos dois anos. O que desenvolvemos hoje funciona como uma plataforma, um hub, e não um agente autônomo. Então, pensamos em como empoderar o corretor que já existe hoje no mercado, para que ele possa eventualmente usar as nossas soluções e atuar na nossa plataforma”, ressaltou a empreendedora.