Gaúchos perderam 200 mil carros na enchente. A estimativa é da Bright Consulting, consultoria especializada no setor automotivo. Além disso, as concessionárias que foram atingidas pelas águas devem ter perdido 3 mil carros zero quilômetro que estavam à venda.
Segundo Cassio Pagliarini, analista da Bright, “é razoável considerar que 5% a 10% da frota gaúcha esteja inutilizada”. Segundo o Sindipeças, o Rio Grande do Sul tem frota de 2,8 milhões de veículos. Diante desses números, a consultoria trabalha com a estimativa de 200 mil veículos perdidos para as águas.
Pagliarini avalia que a minoria desses carros tem seguro contra enchente. Para ele, cerca de 30% desses veículos – ou cerca de 60 mil unidades – devem contar com seguro por enchente.
Seguro contra enchentes
Sobre a cobertura de seguros, a Confederação Nacional das Empresas de Seguro (CNseg) esclarece que os donos de veículos serão indenizados caso o contrato tenha proteção específica contra enchentes.
“As seguradoras irão indenizar os clientes que não contrataram seguro para enchente? Este produto estava disponível e o cliente optou por contratar ou não essa cobertura”, cita a área de perguntas e respostas da CNseg relacionada à tragédia no Rio Grande do Sul. Os produtos mais baratos disponíveis no mercado não cobrem enchente – normalmente, indenizam apenas em caso de furto e roubo.
A entidade destaca que não há expectativa de cobertura ampliada diante da tragédia. “Muito tem-se falado em fazer um movimento similar ao período da pandemia da Covid-19, quando as apólices de seguro de vida não tinham a opção de contratar adicional para pandemia. Neste caso, existia essa opção, e a contratação ou não, foi uma decisão do segurado”, explica a entidade.
Diante da tragédia e de outros prejuízos materiais, o analista lembra que é de se esperar que muitos motoristas usem os recursos financeiros disponíveis em despesas urgentes, como reconstrução de casas.
A Bright Consulting estima também que as concessionárias gaúchas devem ter perdido 3 mil carros – em sua maioria novos – que estavam nas lojas.
O setor automotivo sofre, ainda, com a queda da produção na fábrica gaúcha da montadora General Motors em Gravataí. Além da falta de peças produzidas no estado e que são usadas na montagem de veículos por montadoras em todo o Brasil.
Fonte: CQCS