Na última quinta-feira, 20, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) deu continuidade ao novo circuito de lives, “Habilidades certas em tempos incertos”, que aborda a importância das habilidades comportamentais (soft skills) no desenvolvimento profissional.
O segundo encontro desta série foi transmitido ao vivo no canal da ENS no YouTube e apresentou o tema “O mundo mudou e eu com isso?”. Na ocasião, o gerente de Estratégia, Inteligência Comercial e Processos da ENS, Ronny Martins, conversou com Juliana Zan, executiva especialista em Recursos Humanos, com mais de duas décadas de experiência atuando na área de Capital Humano.
Na abertura da live, a diretora de Ensino da ENS, Maria Helena Monteiro, destacou a importância do tema. “Nós estamos falando de uma sociedade cada vez mais digital e mais complexa, e isso tem impacto em todas as áreas da vida, principalmente os profissionais de Recursos Humanos que sentem isso mais do que qualquer outro, pelas necessidades que as empresas estão tendo que se adaptar rapidamente a esses novos tempos”.
Mundo “VUCA” e “MUVUCA”
Para iniciar o bate-papo, Ronny Martins questionou a velocidade em que o mundo vem se transformando. “A gente passou por uma pandemia que acelerou essas mudanças, e nós temos notícias todos os dias que existe uma nova tecnologia que vai superar a nossa capacidade de lidar com o mundo e de lidar com essas pessoas. Esse é o tema da nossa live ‘o mundo mudou e eu com isso?’ Juliana Zan”.
Para a especialista em Capital Humano, a resposta para tentar compreender “o mundo incompreensível da tecnologia e inovação que substituem as capacidades humanas”, como ela mesma definiu, é entender a diferença entre os mundos VUCA e MUVUCA.
“O mundo VUCA ele é ‘Volátil’, ou seja, a velocidade das coisas é muito rápida; ele é ‘Incerto’, nós não sabemos o que vai acontecer; é também ‘Complexo’, a clareza dos indivíduos e as interações são difíceis de entender, e nós precisamos aprender cada vez mais essa complexidade; e ele é também ‘Ambíguo’, onde não tem certo ou errado, mas tudo depende do ponto de vista”.
“Já quando eu falo no mundo MUVUCA, a gente tem uma agilidade e interação de valor muito grande diante do nosso mundo em que as ações são voltadas para o propósito. O ‘M’ vem do ‘Meaning’, de ter um sentido ou propósito que conecte com os seus valores, porque é ele que dá sentido aos nossos atos e escolhas; e o ‘U’ de ‘Universal’, porque ele é grande demais e afeta todas as realidades, de todas as pessoas e de todas as indústrias”.
Papel do novo profissional no mundo tecnológico e inovador
Outro destaque abordado por Juliana na live foi sobre as habilidades que os profissionais precisam ter neste novo mundo tecnológico, disruptivo e inovador.
“O Fórum Econômico Mundial emitiu um relatório que falava sobre o futuro do trabalho e o quanto ele impacta todo o ecossistema econômico. Ele aborda três grandes temas, o primeiro fala sobre a perspectiva do mercado de trabalho principalmente no pós-pandemia, a segunda parte apresenta previsões até 2025 de adoção tecnológica que foi acelerada pela pandemia, já a última mostra o cenário dos empregos e as habilidades emergentes e em declínio”.
Entre as 15 habilidades necessárias presentes no relatório, a maioria são comportamentais e destacam-se:
- Aprendizagem ativa e estratégia de aprendizagem;
- Pensamento analítico e inovação;
- Criatividade, originalidade e iniciativa;
- Liderança e influência social;
- Inteligência emocional;
- Análise e pensamento crítico;
- Resolução de problema complexos;
- Resiliência, tolerância ao stress e flexibilidade;
- Tecnologia e programação;
- Orientado a serviços;
- Raciocínio, resolução de problemas e ideação;
- Solução de problemas e experiencia do cliente;
- Uso de tecnologia, monitoramento e controle;
- Análise e avaliação de sistemas;
- Persuasão e negociação
Além das habilidades necessárias para os profissionais, Zan alertou ainda que 75% das empresas que estão na Bolsa de Valores vão desaparecer até 2027. “Esse dado é do Future of The Jobs da McKinsey, e é extremamente preocupante. Mas eu penso que tanto as empresas quanto as pessoas precisam acompanhar esse movimento de transformação digital, porque ela não é uma crise negativa, mas sim positiva. Nós sempre teremos coisas disruptivas, assim como a descoberta do fogo na antiguidade foi uma novidade, a transformação digital sempre vai gerar crises nas pessoas, mas nós precisamos acompanhar essa mudança porque o mundo não para de evoluir e a transformação digital não vai regredir”, concluiu.
Confira a live na íntegra!