Por: Carlos Heitor Campani, pesquisador da Escola de Negócios e Seguros (ENS), PhD em finanças, professor do Coppead/UFRJ, pesquisador da Cátedra Brasilprev em Previdência e consultor de empresas e gestoras de Investimentos.
Olá, pessoal!
Escrevi recentemente em minha coluna no Valor Investe a respeito de uma pesquisa que realizei juntamente com Rafael Cardoso e Fernanda Pereira e acho importante compartilhar aqui com vocês também. Entrevistamos 146 universitários para avaliar como anda a educação financeira nas universidades brasileiras: preste atenção, pois estamos falando de UNIVERSITÁRIOS!
Para avaliar a educação financeira deles, abordamos 5 perguntas bem simples, tais como a taxa Selic à época e se o dinheiro rendia mais sob o regime de juros simples ou sob juros compostos. Não obstante a simplicidade das questões, apenas uma pessoa (0,7%) acertou às cinco perguntas e um total de 10 respondentes (7%) simplesmente errou todas as perguntas. A maioria absoluta (88,3%) errou duas ou mais das cinco perguntas. Em especial, aproximadamente um a cada quatro universitários não sabe que os juros compostos fazem o dinheiro crescer muito mais rapidamente que os juros simples, algo que se aprende (ou deveria ser aprendido) no Ensino Médio.
Adicionalmente, apenas 14% dos entrevistados souberam responder corretamente qual era a taxa Selic à época da pesquisa. Em outras palavras, 6 em cada 7 universitários não sabem qual é a taxa Selic atual. Esse resultado é ainda mais surpreendente pelo fato de estarmos lidando com jovens universitários, ou seja, pessoas que deveriam estar antenadas ao principal indicador da economia brasileira e pertencentes a um seleto grupo que consegue chegar ao ensino de 3º grau.
Esses resultados suscitam a necessidade de se investir em educação financeira “por conta própria”, já que as universidades parecem não estar preocupadas com esse tema. Um profissional com pouca ou nenhuma educação financeira tende a se desorganizar financeiramente, o que pode gerar problemas e, em um nível mais avançado, inclusive tirar sua concentração e prejudicá-lo profissionalmente. Isso sem falar de doenças às quais estamos suscetíveis quando enfrentamos sérios problemas financeiros. Por conta disso, é indiscutivelmente do interesse da sociedade que a educação financeira avance e democratize-se ao alcance de todos.
Essa é a minha opinião e gostaria de ler a sua. Ah, e não esqueça de me seguir nas redes sociais (Instagram, YouTube e LinkedIn) para me ajudar a fazer o meu conteúdo em educação financeira chegar a mais e mais pessoas! Obrigado a todos que já me seguem, gratidão enorme.