A atuação feminina no setor foi tema do terceiro painel do “Conexão Futuro Seguro 2025” (CFS), com a apresentação da 5ª edição do estudo “Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil”, lançado pela Escola de Negócios e Seguros (ENS), no dia anterior, 10 de junho, em evento dedicado.
Mediado pela diretora de Ensino da ENS, Maria Helena Monteiro, autora da pesquisa ao lado do economista Francisco Galiza, o painel contou com a participação da presidente da Sou Segura, Liliana Caldeira, e da corretora de seguros e fundadora da Facsi Corretora de Seguros, Simone Fávaro. A conversa trouxe dados atualizados, reflexões e experiências pessoais sobre os desafios e avanços da presença feminina no seguro.

Maioria numérica, salários mais baixos
O estudo revelou que as mulheres continuam sendo maioria na força de trabalho do setor, ocupando 56% dos cargos, número que contrasta com o de postos de liderança. “Apenas 29% dos cargos C-level são ocupados por mulheres”, anunciou a diretora da ENS.
O novo recorte, que contou com um total de 635 participantes, também explorou a desigualdade salarial. “Em 2024, a remuneração média feminina foi de R$ 6,8 mil, contra R$ 9,7 mil dos homens. Isso representa cerca de 70% da remuneração masculina”, complementou.
Outro ponto analisado foi o retorno ao mercado de trabalho após a maternidade. A pesquisa mostrou que, das 530 mulheres respondentes, 86% voltaram à empresa após a licença-maternidade. No entanto, esse número cai para 65% após um ano, o que evidencia as dificuldades de conciliação entre maternidade e carreira.
Ainda segundo o levantamento, 74% dentro de um universo de 19 seguradoras consultadas possuem políticas de igualdade de gênero. A presença feminina em funções de coordenação e supervisão dessas companhias (49%) aponta um movimento ascendente. “Desde que não encontrem teto de vidro, essas mulheres poderão transformar o setor”, ressaltou Monteiro.
A autora do estudo também frisou que a formação acadêmica não é um entrave para as mulheres ascenderem na carreira, já que as respostas revelaram níveis semelhantes de qualificação entre elas e os homens. “A disparidade, portanto, está ligada a fatores estruturais, culturais e de gestão, o que reforça a importância de dados como os do estudo para fomentar mudanças efetivas”.
Experiências que inspiram
Em seu depoimento, Liliana Caldeira destacou a colaboração da Sou Segura na pesquisa qualitativa, que ouviu diversas profissionais sobre suas percepções e experiências. Ela também elogiou o crescimento de iniciativas de diversidade e equidade nas seguradoras. “As empresas estão investindo mais em programas voltados à equidade de gênero, e isso é um sinal positivo para o futuro do setor”, comentou.

Por último, Simone Fávaro, que também é 1ª vice-presidente do Sincor-SP, compartilhou sua trajetória de 29 anos como mulher em um ambiente predominantemente masculino. “Comecei do zero, sem clientes, sem sucessão familiar. Construí minha corretora sozinha e hoje me orgulho de poder dizer que 90% do quadro de profissionais é composto por mulheres, com muitas delas em posições de liderança. Tenho muito orgulho de dizer que a mulher corretora transforma o setor”, afirmou.
Evento de lançamento do estudo
A 5ª edição do estudo “Mulheres no Mercado de Seguros no Brasil” foi lançada oficialmente pela ENS, no dia 10 de junho, em evento presencial na Unidade São Paulo (SP) da Instituição. De autoria da diretora de Ensino da Escola, Maria Helena Monteiro, a pesquisa também tem como autor o economista e consultor, Francisco Galiza.

O evento de lançamento está disponível no canal da Escola no YouTube, confira abaixo. Clique nos links acima e baixe gratuitamente o estudo.