CSP-MG e FenaPrevi realizam 11º Encontro para discutir avanços e desafios dos segmentos de Vida e Previdência Privada

Gustavo Bentes (presidente do Sincor-MG), Edson Franco (presidente da FenaPrevi), Andreia Padovani (presidente do SindSeg MG/GO/MT/DF), João Paulo Moreira de Mello (presidente do CSP-MG) e Maurício Tadeu Barros Morais (diretor do Clube) / Crédito das Fotos: Arnaldo Athayde.

No dia 31 de outubro, o Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG) realizou, em Belo Horizonte, o 11º Encontro com a Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), reunindo profissionais e lideranças do mercado para uma discussão sobre os desafios e rumos do setor. A presença do presidente da FenaPrevi e CEO da Zurich, Edson Franco, foi o destaque do evento.

Franco apresentou uma análise atual do cenário e das tendências do setor de Pessoas, destacando que o volume de prêmios mais que dobrou nos últimos dez anos, saltando de R$ 29,8 bilhões para R$ 62,5 bilhões.

“Estamos diante de um paradoxo”, afirmou o executivo, ao enfatizar que, embora o Brasil seja a 9ª maior economia do mundo, ocupa apenas a 41ª posição em relação ao volume de prêmios sobre o PIB entre os 52 países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

“Países com o Produto Interno Bruto similar ao brasileiro possuem um mercado de Seguros de Pessoas maior, o que reforça o potencial de crescimento do setor”, apontou.

Edson Franco, presidente da FenaPrevi, e João Paulo Moreira de Mello, presidente do CSP-MG e anfitrião do 11º Encontro

Os dados da Swiss Re, também apresentados por Franco, evidenciam a lacuna de proteção social no Brasil. Segundo o estudo, o déficit de capital segurado é estimado em R$ 552 bilhões, o que, se convertido em prêmios, representaria cerca de R$ 79 bilhões adicionais, dobrando o tamanho do mercado atual. “Isso ilustra o enorme potencial de expansão do setor, mas também os desafios que precisamos superar”, constatou o presidente da FenaPrevi.

Entre os desafios destacados, Franco citou o envelhecimento acelerado da população, que pressiona os gastos públicos; a necessidade de uma reforma estruturante da Previdência Social pública; a urgência de promover a educação financeira; e a importância de melhorar a comunicação e a distribuição de produtos de seguros de Vida e Previdência Complementar.

Ele também abordou o impacto do mercado de apostas esportivas, as Bet’s, que se tornou a terceira modalidade de “investimento” mais frequente entre os brasileiros. Segundo a consultoria PwC, em 2023 o setor movimentou entre R$ 67,1 bilhões e R$ 97,6 bilhões, quase 1% do PIB, com projeção de chegar a R$ 130 bilhões em 2024. A título de comparação, a arrecadação de Seguros de Pessoas no ano passado foi de R$ 62,5 bilhões e a de seguros de automóvel, R$ 55,7 bilhões.

“Se uma pessoa não possui recursos para contratar um seguro de vida ou uma previdência, como está gastando tanto em apostas? Isso nos faz refletir que o problema da lacuna de proteção não é apenas de renda. Temos um desafio enorme para melhorar a distribuição de nossos produtos e a forma como nos comunicamos com a sociedade”, alertou.

Edson Franco palestrou sobre os desafios e as oportunidades dos segmentos de Previdência Privada e Vida

Após a palestra, houve um debate com a participação de Franco e dos presidentes do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello; do SindSeg MG/GO/MT/DF, Andreia Padovani; e do Sincor-MG, Gustavo Bentes. O diretor do CSP-MG, Maurício Tadeu Barros Morais, atuou como moderador.

Ao ser questionado pela presidente do SindSeg sobre como atrair os jovens para os produtos de Previdência e Vida, Franco destacou a necessidade de o setor adaptar-se aos hábitos de consumo atuais e diversificar as faixas etárias entre seus colaboradores. “Precisamos estimular a diversidade etária em nossas empresas para compreender melhor os interesses das novas gerações”.

Gustavo Bentes destacou a necessidade de o setor de seguros aprimorar sua comunicação com o público, “falando para fora” e se conectando de forma mais clara com a sociedade. Franco concordou: “ao longo dos anos, avançamos muito na articulação com os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mas ainda precisamos melhorar nossa comunicação de massa para atrair mais brasileiros ao sistema de proteção securitária”, enfatizou.

O presidente do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello, reforçou a importância da educação na conscientização da população sobre o planejamento financeiro. “Sou a favor da implementação de noções de educação financeira nas grades curriculares das escolas de ensino médio e nas instituições de ensino superior. Independentemente da profissão, todos precisam entender como se preparar para o futuro e criar reservas financeiras”, apontou.

O 11º Encontro do CSP-MG com a FenaPrevi enalteceu o impacto positivo do segmento na sociedade e sua relevância para o crescimento econômico e social do País. “Ao reunir líderes e especialistas para discutir estratégias e oportunidades, o evento destacou o papel fundamental do setor na construção de um sistema de proteção social mais inclusivo e acessível. O mercado de Seguros de Pessoas impulsiona a economia ao canalizar recursos para investimentos de longo prazo, fundamentais para o crescimento sustentável do país”, concluiu Mello.

Representantes das entidades do setor debatem com o presidente da FenaPrevi

Fonte: Débora Gurgel (DG Comunicação)

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