No último dia do 23º Congresso Brasileiro de Corretores de Seguros, 12 de outubro, data em que todos comemoraram o Dia do Corretor de Seguros, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) contribuiu com discussões técnicas em diversos painéis.
Pela manhã, Samy Hazan, professor da ENS e especialista em Inovação em Seguros, mediou o painel “Open Insurance: o que é e o que esperar?”. Durante o debate, Hazan reforçou os benefícios do sistema aberto de seguros para os corretores, explicando que “o Opin é sinônimo de praticidade, agilidade e confiança”.

Um dos debatedores, Manuel Matos, vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), trouxe uma visão complementar, apontando os três pilares essenciais dessa transformação: o cliente, o corretor e a confiança. “O corretor é essencial para garantir a proteção, e a confiança é o nosso diferencial, construída pela proximidade com o cliente”, afirmou Matos, que também é membro do Conselho de Administração da ENS.
SPOC e atualização
A Sociedade Processadora de Ordem do Cliente (SPOC), plataforma digital que vai revolucionar a atuação dos corretores, foi um dos pontos altos do painel. Segundo Matos, a SPOC é uma evolução das ferramentas digitais já existentes, mas com atendimento mais rápido e eficiente. “A Fenacor está na vanguarda desse movimento desenvolvendo a SPOC como um laboratório de inovação, dando aos corretores uma nova forma de trabalho”, ressaltou.
O executivo finalizou sua participação com uma mensagem de otimismo, reforçando que os corretores estão preparados para os desafios do mercado digital.
“Temos que nos manter atualizados e preparados para as mudanças. O futuro da categoria é promissor e a Fenacor, junto da ENS, estará ao lado dos corretores para garantir que continuemos à frente do mercado”.

Também participaram do painel a diretora da Superintendência de Seguros Privados (Susep), Júlia Lins; o presidente do Conselho Consultivo da MAG Seguros, Marco Antonio Gonçalves; o membro independente do Conselho da Open Insurance Brasil, Fábio Moser; e o fundador e membro dos Conselhos Executivo e Consultivo do Instituto de Inovação em Seguros e Resseguros da Fundação Getulio Vargas (IISR FGV), Cassio Amaral.
Nova Lei de Seguros
No período da tarde, a ENS promoveu três painéis nas Salas de Negócios, sobre temas essenciais para o futuro do setor. O primeiro abordou a “Nova Lei do Contrato de Seguros” e teve mediação do advogado e assessor da Presidência da Escola, Marcelo Rocha.
Um dos assuntos discutidos foi a criação da Política Nacional de Acesso ao Seguro, que visa melhorar a regulamentação e ampliar a inclusão de brasileiros no mercado. Nesse sentido, Rocha enfatizou o caráter colaborativo da nova legislação e seu potencial para fortalecer o setor.
O painel contou com a presença do anfitrião Armando Vergilio, que revelou que a lei, já aprovada no Senado e aguardando apreciação na Câmara, cria um marco legal focado na proteção do consumidor e na modernização dos contratos de seguros. “É um passo importante para ampliar a base de segurados e fortalecer o mercado”, afirmou.
Também participaram do debate o ex-ministro da Justiça e ex-deputado federal, José Eduardo Cardozo; o procurador-chefe da Susep, Alexandre Chu Chang; a diretora Jurídica da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Glauce Carvalhal; e o presidente do Instituto Brasileiro de Direito do Seguro (IBDS), Ernesto Tzirulnik.



Mútuas trazem oportunidades
Na sequência, na mesma sala, o advogado e consultor de Projetos Especiais da ENS, Augusto Cardoso, mediou o painel “Regulamentação das Mútuas: Novo Mercado, Novas Oportunidades”. Os debatedores foram Cauby Morais, presidente da Força Associativa Nacional (FAN), Carlos Queiroz, diretor da Susep, e o deputado federal Reginaldo Lopes.
A discussão girou em torno do grande potencial de crescimento do segmento das mútuas no Brasil, que, atualmente, representa entre 4 a 4,5% do setor. “Esse mercado ainda é pequeno, mas pode crescer cinco vezes. Em países desenvolvidos, as mútuas já representam de 25% a 27% do mercado de seguros””, destacou Augusto Cardoso.
Um dos principais obstáculos para esse avanço é a falta de regulamentação específica, o que gera insegurança e trava o desenvolvimento. “A ausência de um regramento cria um limbo jurídico”, argumentou Cauby Morais.
Segundo Carlos Queiroz, as mútuas movimentam atualmente R$ 18 bilhões, e podem quintuplicar esse valor, superando a casa dos R$ 90 bilhões com a iminente regulamentação da atividade pela Susep.
Já aprovado pelo Senado e aguardando análise da Câmara, o projeto de lei que regulamenta a atividade reforça as vantagens das mútuas para os corretores. “A regulamentação e a expansão das mútuas representa uma grande oportunidade para os corretores, que poderão oferecer soluções a um público tradicionalmente desatendido pelas seguradoras”, explicou Reginaldo Lopes.
O deputado complementou destacando que “a nova legislação abrirá um subsistema de proteção patrimonial mutualista, ampliando as oportunidades e trazendo um novo horizonte para o mercado de seguros”.


Mercados no exterior com a ENS
O painel que encerrou o último dia de atividades da ENS no congresso destacou as imersões internacionais oferecidas pela Instituição. Conduzido pelo gerente de Pós-Graduação e Programas Especiais da Escola, Ronny Martins, o encontro apresentou o tema “Viajando com a ENS”.
Entre as imersões mencionadas, destaque para a realizada na cidade do Porto, em Portugal, focada em “Práticas Europeias em Produtos e Distribuição de Seguros”, e a de Connecticut/Nova Iorque, nos Estados Unidos, que aborda “Risk Management and Innovation”.
Para enriquecer o debate, ex-alunos das imersões compartilharam suas experiências, detalhando os benefícios adquiridos durante os programas e o impacto direto em suas carreiras.
A diretora de Ensino da ENS, Maria Helena Monteiro, também participou do painel e apresentou o convidado especial, Ariel Couto, CEO da MDS Brasil, uma das parcerias do treinamento no Porto.

